Ontem foi o Eid al-Adha, ou Festa do Sacrifício, no mundo muçulmano. Um dia de festa que se celebra no final da peregrinação a Mecca (um dos 5 pilares do islão).
Este dia rememora o sacrifício feito pelo profeta Abraão quando Deus lhe pediu que sacrificasse o seu próprio filho. No último momento recompensou a sua fé e entrega à vontade divina, perdoando-lhe e dizendo-lhe que no lugar do filho devia sacrificar um cordeiro.
No Cairo não havia esquina sem carneiros e vacas a serem vendidos ou transportados para o sacrifício.
Uma vez sacrificado o animal a carne tem de ser dividida de forma igualitária entre a família, os amigos e os pobres, uma vez que se trata de um acto de partilha e caridade para com aqueles que não têm a possibilidade de realizar o sacrifício. Aliás, para muitas famílias este é um dos poucos dias durante o ano no qual podem comer carne.
Na nossa casa em Saqqara, a família andou num rebuliço desde as 6 da manhã, hora da primeira e grande oração do Eid. Os homens foram para a Mesquita e voltaram depois do sermão para iniciar o sacrifício, neste caso de uma vaca.
Durante o dia foram passando muitos familiares e amigos e só ao fim do dia a calma voltou à casa da duna.
Hoje já voltamos ao campo. Apesar de no Egipto ser festa durante 4 dias, nós e os nossos trabalhadores voltamos já hoje ao trabalho para aproveitar ao máximo a nossa estadia.
É que aqui o tempo passa a voar...